Você comprou um smartphone e está achando a internet lenta no celular? Está pensando em mudar de plano e se perde na sopa de letrinhas como 2G, 3G, EDGE, GPRS e HSPA? Foi pensando em você que o Tambotech escreveu esse guia da internet no celular para ajudar a entender as diferenças entre as velocidades de conexão móvel.
O que significa Internet 3G
Antigamente, os “gês” dos celulares se referiam às gerações a que eles pertenciam. Assim, um celular dos mais antigos seria de primeira geração, um menos atrasado seria de segunda geração (2G) e assim por diante. Quando o hábito de acessar a internet pelo celular se popularizou, os aparelhos estavam na terceira geração, e graças ao marketing o termo “3G” foi se associando à conectividade mobile a ponto de que tornou-se um sinônimo e hoje em dia quando alguém quer saber se um celular se conecta à internet pela rede móvel, pergunta se ele “tem 3G”.
Existe mais de um tipo de 3G
No que diz respeito a velocidades de conexão, classificações como 2G e 3G são nomenclaturas puramente aleatórias. Existem vários padrões de conectividade, e de uma operadora para outra o mesmo padrão pode ser catalogado como 2G, 3G, 2.5G, 2.75G, 3G+ e outras siglas que causam confusão para os leigos. Calma que piora: uma mesma sigla, como 3G, pode se referir a várias tecnologias diferentes dependendo da operadora.
Não existe um indicador preciso, mesmo no display do celular. Genericamente, um ícone “E” significa EDGE e um “H” indica HSPA ou HSPA+, porém nem mesmo isso é confiável. Um “G” pode significar GPRS, que também pode ser “2G”, que por sua vez pode ser indicador de EDGE, que pode ser classificado até como 2.5G ou 2.75G. Geralmente o 3G é WCDMA, mas também pode ser HSPA ou HSPA+, que também pode ser chamado de 3G+.
Um caso curioso foi o lançamento do iOS 5, que trouxe uma atualização um tanto quanto discutível. Do dia pra noite, usuários de operadoras norte-americanas que ofereciam conexão HSPA viram o ícone de rede mudar de “3G+” para “4G”. Sem que a velocidade da rede aumentasse um mínimo que fosse. Coisas do famoso campo de distorção de realidade…
Qual é mais o 3G mais rápido?
Na hora de determinar a velocidade da conexão, o que importa é qual tecnologia o seu celular suporta. Atualmente existem quatro em uso no Brasil — em ordem de velocidade, são elas: GPRS, EDGE, WCDMA e HSPA. Há ainda o LTE, que está em fase de estudos para implantação.
- GPRS: a mais lenta de todas, equivale a um modem discado. A navegação, teoricamente mais veloz do que uma conexão telefônica, acaba sendo mais lenta devido à alta taxa de latência (lag).
- EDGE: Uma evolução do padrão GPRS, oferece velocidade mais alta mas a latência ainda é muito alta.
- WCDMA: oferece uma velocidade mais próxima de uma banda larga e uma latência mais aceitável. É o padrão mais utilizado e geralmente o “3G” das operadoras opera neste padrão.
- HSPA: oferece velocidades comparáveis às da banda larga. O HSDPA oferece apenas um download mais rápido enquanto o HSUPA oferece além do download um upload mais rápido. O padrão HSPA+ é ainda mais rápido que o HSPA, e sua latência muito reduzida.
- LTE: Ainda não é oferecido no Brasil.
Tabela das Velocidades Mobile.
Tecnologia | Velocidade (máxima teórica) | Latência (“lag”) |
GPRS | 80 kbit/s | 500 a 1000 ms |
EDGE | 236.8 kbit/s | Alta |
UMTS-WCDMA | 384 kbit/s | razoavel |
UMTS-HSDPA | 7.2 Megabits/s (down), 384 kbit/s (up) | baixa |
UMTS-HSUPA | 7.2 Megabits/s (down), 5.76 Megabits/s (up) | baixa |
UMTS-HSPA+ | 56 Megabits/s (down), 22 Megabits/s (up) | mínima |
LTE | 100 Megabits/s (down), 50 Megabits/s (up) | mínima |
LTE Advanced | 1 Gigabit/s (down), 500 Megabit/s (up) | mínima |
Como funciona na prática
Cada tecnologia possui uma velocidades máxima, que nem sempre equivale ao que as operadoras oferecem (ou, no caso do Brasil, quase nunca). Dentro de uma mesma operadora, a área de cobertura de cada tecnologia pode variar. Ao sair de uma área para outra o assinante experimenta uma queda de velocidade. É o chamado “fallback”, ou seja, ao sair de uma área com cobertura WCDMA, ao invés de ter a conexão interrompida ele passa a navegar usando EDGE ou GPRS.
É preciso que três fatores ocorram ao mesmo tempo: o celular ou smartphone precisa oferecer suporte à tecnologia desejada, a operadora deve ter algum plano ou pacote que inclua esta tecnologia e é preciso estar na área de cobertura que a operadora oferece. Um fato nem sempre amplamente divulgado é que cada operadora possui uma área diferente de cobertura para voz e para cada modalidade de dados.
Ao comprar um novo aparelho ou assinar um plano de uma operadora, é recomendado consultar o manual do aparelho para saber quais tecnologias ele suporta, e se informar com a operadora para saber qual a área de cobertura e quais planos oferecem cada tecnologia.
Fontes: Wikipédia (vários artigos) e Guia do Hardware.