O mês de junho está sendo movimentado para o Google. Dois serviços bem promissores estão sendo lançados, ambos em regime de “apenas por convites”. Um deles, a rede social Google+, merece um artigo em separado só pra ela. O outro é um serviço de streaming de músicas, o Music Beta by Google, ou pra encurtar, Google Music.
O que é o Google Music
O que era um rumor desde a conferência Google I/O do ano passado, foi finalmente lançado em caráter experimental em maio deste ano. O serviço permite a execução de músicas de forma unificada, seja através do computador ou de smartphones rodando o sistema operacional Android. O Google Music sincroniza em uma mesma conta todas as músicas, que ficam armazenadas remotamente nos servidores do google.
A execução das músicas é feita pelo navegador, ou por um app oficial disponível no Android Market. Para ouvir as músicas pelo navegador, é preciso estar conectado, mas nos dispositivos mobile é possível fazer cache para ouvir offline.
Como conseguir convites para o Google Music
Apesar de ser um serviço fechado, apenas para quem possui convites, é possível participar do Google Music de uma forma, digamos, “não-oficial”. Para conseguir um convite para o Google Music, você precisa simular que está acessando a internet a partir dos Estados Unidos: a melhor forma de conseguir isso é usando um proxy: use o hidemyass no navegador, ou então baixe o Hotspot Shield.
Para saber se funcionou, clique neste link, seu país deve constar como United States em vez de Brazil. Daí basta acessar o site do Google Music e se cadastrar, aguardando um convite. (É normal não funcionar da primeira vez, desconecte do proxy e tente de novo. Comigo precisei tentar umas 4 ou 5 vezes). Em um ou dois dias o convite chega por email e você já pode começar a ouvir músicas de graça.
Como conseguir músicas grátis com o Google Music
Existem duas formas de adicionar músicas sem pagar à biblioteca do Google Music: enviando músicas que já estejam no seu computador (através de um uploader próprio, ou então é possível sincronizar com a biblioteca do iTunes, numa jogada da Google para tentar conquistar mais mercado). A segunda forma é através de aquisição das músicas, a princípio existe uma seção “free songs” na interface do Google Music. Não existe atualmente nada parecido com o iTunes Store, porém isso deve mudar no futuro: no Google I/O de 2010 foi mostrado um preview de uma seção de músicas do Android Market.
A interface do Google Music
Em termos de design, ela é bem espartana, entretanto não é o minimalismo clean bem característico do Google: confesso que achei bem feinha. Quanto à usabilidade, quem é fã de música e já usou o Grooveshark vai notar muitas semalhanças até demais, seja na forma da organização da playlist com uma barra lateral à esquerda, seja na barra de execução do rodapé. Semelhanças até demais…
A interface dos apps Android é bem mais bonita, porém em muitos momentos (principalmente na visualização de capas) deixa uma impressão de ter se inspirado no iTunes e no iPod.
Considerações finais
Sinceramente: Pra quê? O serviço cumpre o que promete, mas possui três defeitos graves:
Primeiro, é só mais um entre inúmeros serviços como Pandora, Last.fm, Grooveshark, Soundcloud, Hype Machine, Blip.fm, entre inúmeros outros, cada um deles com muido tempo de estrada e nome forte na audiência, que fazem muito bem aquilo a que se propõem (como a parte de rede social do blip.fm ou de recomendações do Last.fm). Mesmo na parte de streaming para mobile existem apps no Android Market como Pandora ou mSpot.
Segundo, como já disse antes, ele lembra muito o iTunes e o serviço do iTunes store de venda de músicas. Que já está tão consolidado, que já se tornou sinônimo de venda de música online, principalmente lá fora (que é o mercado alvo do Google Music). Não vamos nem comparar a base de usuários de Android com de iPhone, a penetração no mercado é bem maior de acordo com os dados chutados da minha cabeça às três da manhã.
E finalmente, o fato de que mesmo tendo sido planejado há um ano, foi lançado muito tarde. A Apple já sincroniza as músicas pela nuvem para o computador e o iPhone através o iCloud. Não adianta ter tido a idéia antes, chegou tarde demais e ficou com cara de cópia.
Com todos esses poréns, será que o nome do Google por trás do projeto é capaz de garantir um bom futuro? Será que do beta até o lançamento oficial muita coisa vai mudar e surgirão novidades? Só o tempo dirá… Mas eu não apostaria tanto.
PS: Pô, beta fechado? Convite? Queisso, Google? Quer voltar ao orkut? Isso é tão 2004…
Fontes: Site oficial do serviço e Wikipédia