O mercado mundial está dividido entre PCs e Smartphones, é uma guerra onde números de vendas são usados para glorificar o lado mobile como vencedor e denegrir os PCs como ultrapassados, mobile é a nova onda para jogos, redes sociais, produtividade, games… Desktop é um passado decrépito que não sabe que já morreu. Certo? Palma, palma, não priemos cânico…
A Canonical, criadora de uma das mais populares distros de Linux do mundo, o Ubuntu, acaba de anunciar que será lançada uma versão para Smartphones com Android.
A idéia não é nova, desde o surgimento do Google Chrome OS a idéia de diminuir as fronteiras entre mobile e desktop vem sendo abordada pelas grandes empresas, e na versão mais recente do Mac OS X, o “Mountain Lion”, a interface do sistema operacional da Apple se aproxima daquela dos iPhones e iPads. O mesmo já vinha acontecendo no próprio Ubuntu, com o Unity. Agora, com o novo lançamento (que ainda não tem data exata para acontecer), essas fronteiras são demolidas sem dó nem piedade. Vejamos:
Como funciona o Ubuntu para Android
Imagine que você está navegando em um site com o seu smartphone. Ou que está usando algum app para editar algum texto, editar imagens, ou fazer outras coisas que se fazem com smartphones. Daí você chega em casa, conecta o celular em uma dock base e, como em um passe de mágica, continua a usar na tela grande os mesmos programas, com as mesmas informações.
A transição promete ser instantânea e transparente, e a interface utilizada é a do Ubuntu, que já é familiar a milhares de usuários. Não é uma sincronização entre o computador e o telefone. Não é um desktop ou netbook rodando Android. Não é um “desktop web” como o Chromebook. O próprio smartphone faz o papel de computador desktop quando está conectado à base, sendo responsável pelo processamento.
Características do Ubuntu para Android
- Navegação integrada, com favoritos/bookmarks, e histórico compartilhados entre smartphone e desktop.
- Livro de endereços com contatos de email e redes sociais compartilhados entre smartphone e desktop.
- Calendários e listas de tarefas compartilhados entre smartphone e desktop.
- Receber e enviar SMS direto da tela do computador (!)
- Receber ligações comuns do celular direto no computador, como se fosse VoIP (!!)
- Permite rodar aplicativos do Ubuntu no Smartphone e aplicativos do Android no desktop e transitar de forma transparente entre ambos quando conectado ao dock (!!!)
- Configurações de sistema, 3G, senhas de wifi, etc, compartilhados entre smartphone e desktop: basta configurar tudo uma vez só.
- Galeria de fotos e imagens compartilhada.
- Já vem com browser Chromium, Google Docs, Google Calendar, VLC, email Thunderburd, Gwibber, PiTiVi, Ubuntu Music Player, Ubuntu Photo Gallery e discador do Android.
Pré Requisitos básicos do Ubuntu para Android
- Android 2.3 (Gingerbread)
- Processador dual-core de 1 GHz
- 512 Mb de RAM
- Aceleração de vídeo via kernel, OpenGL, ES/EGL
- 2 Gb no espaço de armazenamento para a imagem do S. O.
- Saída de vídeo HDMI com framebuffer
- USB Host mode
- Conectividade 4G altamente recomendada.
Considerações finais
A aproximação entre mobile e desktop no Ubuntu não é totalmente novidade. Tornou-se mais evidente com o surgimento da interface Unity, que entretanto conseguiu tantos desafetos que foi um dos principais fatores que levaram à debandada do Ubuntu e à adoção do Linux Mint por muitos usuários. Claro que toda inovação trará resistência, quando os tablets surgiram muita gente criticava. Já hoje em dia…
A idéia de um dispositivo que se confunda entre mobile e desktop não é algo novo, que o digam a Motorola com o seu Atrix ou a Asus com o seu Transformer Prime. É fato que nestes dispositivos a experiência na tela grande era o Android e não o Ubuntu, fator que segundo a Canonical será suficiente para fazer diferença. Será? Estudos e reportagens dizem que na casa do consumidor, que é onde conta, convivem computadores e smartphones. O último não substitui o primeiro, e o Ubuntu para Android foi projetado com base na idéia de que um desktop separado e dedicado não será mais necessário. É uma idéia vencedora? Hoje em dia, não. No futuro? Quem sabe…?
Fonte: Canonical.