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Sergey Brin Está Errado: 60 Horas Semanais Não São a Chave para a Produtividade

Sergey Brin - Google
Sergey Brin – Foto: Thomas Hawk

Segundo informações da Ars Technica, Sergey Brin, cofundador do Google, sugeriu que os funcionários trabalhem 60 horas semanais, buscando o “ponto ideal da produtividade” para liderar a corrida pela inteligência artificial. Essa proposta, equivalente a 12 horas diárias de segunda a sexta-feira, incentiva o uso de ferramentas internas como o Gemini para aumentar a eficiência. No entanto, essa visão levanta questionamentos cruciais sobre o verdadeiro significado de produtividade, especialmente em uma era onde a tecnologia e a inteligência artificial deveriam nos libertar de jornadas exaustivas. Será que Brin está certo em sua abordagem, ou existe um caminho mais inteligente e sustentável para o sucesso?

Particularmente, eu acredito que hoje em dia, com as grandes ferramentas de Inteligência Artificial disponíveis, nós poderíamos trabalhar menos e produzir mais. É incrível ver como em várias partes do mundo as pessoas estão conseguindo realizar o trabalho de duas ou três pessoas com eficiência impressionante. No entanto, é surpreendente como alguns líderes ainda nos tratam como máquinas, cobrando-nos como se fôssemos robôs. Eles acabam distorcendo o conceito de produtividade, esquecendo-se de que ser produtivo não é apenas uma questão de horas trabalhadas.

Essa visão equivocada pode levar ao esgotamento e à perda da criatividade. Em vez de buscar mais horas de trabalho, deveríamos nos concentrar em como otimizar nosso tempo para alcançar resultados realmente significativos.

Trabalhando no Parque, produtividade em qualquer lugar
Trabalhando no Parque, produtividade em qualquer lugar – Gerada por Qwen 2.5

O Mito da Produtividade Baseada em Horas

Quando falamos sobre produtividade, é importante entender que não se trata apenas de fazer mais, mas sim de fazer mais com menos. É sobre otimizar nossos recursos — tempo, energia e ferramentas — para alcançar resultados melhores. Em 2025, com todos os avanços em inteligência artificial, a ideia de que precisamos trabalhar longas horas para ter sucesso parece um pouco antiquada.

A verdadeira produtividade vem da capacidade de usar a tecnologia para automatizar tarefas repetitivas e liberar nosso tempo para atividades que exigem criatividade e estratégia. Isso nos permite focar no que realmente importa e traz satisfação ao nosso trabalho.

Evidências de um Equilíbrio Sustentável

Pesquisas em vários países mostram que encontrar um equilíbrio saudável entre trabalho e lazer não só melhora o bem-estar dos funcionários, mas também aumenta a produtividade. Um exemplo disso é a Islândia. Entre 2015 e 2019, o país realizou experimentos com semanas reduzidas de trabalho envolvendo cerca de 2.500 trabalhadores. Os resultados foram impressionantes: houve um aumento na produtividade e no bem-estar dos funcionários.

Além disso, após adotar a semana de trabalho de quatro dias, a economia islandesa registrou um crescimento significativo, com um aumento de 5% em 2023. Empresas que adotam horários flexíveis e incentivam o descanso relatam maior engajamento e criatividade entre seus colaboradores. Essas políticas reconhecem que o esgotamento profissional (burnout) é um grande inimigo da produtividade.

Uma Perspectiva Contrária

“Não é a quantidade de tempo que você dedica, mas a qualidade do tempo que você investe que determina o sucesso.” Embora essa citação não seja uma frase exata de Zig Ziglar, ele sempre enfatizou a importância do foco no uso do tempo. Uma citação mais adequada poderia ser: “Lack of direction, not lack of time, is the problem. We all have twenty-four hour days.”

Isso nos lembra que o sucesso não depende apenas do quanto trabalhamos, mas sim de como utilizamos nosso tempo. Líderes eficazes criam ambientes onde as pessoas podem se concentrar e colaborar. Eles investem no desenvolvimento dos funcionários e incentivam momentos de descanso.

Zig Ziglar foi um renomado escritor, vendedor e palestrante motivacional norte-americano, conhecido por suas mensagens inspiradoras sobre sucesso pessoal e profissional. Ele é autor de mais de trinta livros dedicada ao desenvolvimento pessoal e profissional.

O Paradoxo do Google

Quando Sergey Brin defende jornadas de 60 horas semanais, parece contradizer tudo o que o Google representa como uma empresa inovadora. Ao longo dos últimos 30 anos, o Google se destacou por valorizar a criatividade e o bem-estar dos funcionários.

A famosa regra de Pareto — que diz que 80% dos resultados vêm de 20% dos esforços — sugere que devemos focar nas tarefas mais importantes e otimizar nosso tempo nelas. A busca incessante por mais horas trabalhadas pode levar ao esgotamento e à diminuição da criatividade. É hora de repensar essa abordagem e priorizar eficiência e bem-estar em vez de simplesmente acumular horas no relógio.

Produtividade não é sinônimo de horas extras; trata-se de otimizar nossos recursos para alcançar resultados significativos.