Recentemente, participei de uma consultoria em um projeto que nasceu primeiramente a partir de um MVP. Sempre considerei que reescrever completamente o código era a melhor opção, no entanto, percebo que, muitas vezes, o MVP já pode ser projetado com a capacidade de escalar. Acredito que essa escalabilidade possa estar prevista desde o início do projeto, e que, em certos casos, o programador já antecipa que o MVP será validado. Afinal, grande parte dos projetos hoje tem como principal função validar o serviço e não o código. Se a validação ocorre dessa forma, pressupõe-se que o código utilizado no MVP será, em grande parte, o mesmo adotado na produção, talvez com alguns ajustes e correções pontuais.
Então, resolvi pesquisar qual é opinião da comunidade de tecnologia e noto que meu ponto de vista pessoal não é muito diferente do consenso. Criar um produto digital rapidamente e testá-lo no mercado é essencial para soluções inovadoras, mas hoje com tanta tecnologia já poderíamos deixar no MVP algo mais robusto.

MVP não é produto final: os riscos de manter código provisório em produção!
O conceito de Minimum Viable Product (MVP), ou Produto Minimamente Viável, surgiu para acelerar esse processo. Um MVP é a versão mais simples de um produto que ainda oferece valor ao usuário. Ele é desenvolvido com um conjunto mínimo de funcionalidades essenciais, permitindo que empresas testem suas ideias no mercado antes de investir em um desenvolvimento completo.
MVPs são feitos para testar ideias com rapidez, e não para escalar indefinidamente. O código inicial costuma ser escrito sem foco em segurança ou eficiência, pois a prioridade é validar o conceito. No entanto, a pressão de stakeholders – que são todas as pessoas ou grupos que têm interesse no projeto, como investidores, clientes e equipe de gestão – pode levar equipes a manter esse mesmo código, o que pode resultar em falhas de segurança, dificuldade de manutenção e problemas de escalabilidade. “O consenso é que o código do MVP raramente é usado ‘como está’ em produção, especialmente se o produto cresce”, aponta uma análise sobre boas práticas do setor. Como alerta Joel Spolsky, “reescrever tudo do zero é o pior erro estratégico que uma empresa de software pode cometer”, pois joga fora anos de aprendizado, correções e otimizações.
Quando refatorar e quando reescrever o código?
Quando um MVP tem sucesso, a próxima etapa natural é revisar e melhorar o código. O processo de “refatorar” um software significa reorganizar e melhorar o código sem mudar o que ele faz. É como reformar uma casa sem alterar seu tamanho ou função, apenas tornando-a mais segura e eficiente. Em alguns casos, quando a base é muito frágil, pode ser necessário reescrever todo o sistema. Mas quando é realmente necessário fazer isso? Especialistas indicam cinco sinais claros de que é hora de um recomeço:
- Baixa segurança – Se o MVP foi criado rapidamente e sem preocupação com proteção de dados, a versão final pode estar vulnerável a ataques cibernéticos.
- Débito técnico excessivo – Quando o código é tão desorganizado que qualquer mudança simples causa novos bugs.
- Falta de escalabilidade – Se a arquitetura inicial não suporta mais usuários ou funcionalidades sem quedas de desempenho.
- Dificuldade de manutenção – Se novas funcionalidades demoram muito a ser implementadas devido à complexidade do código.
- Tecnologia ultrapassada – Se o MVP foi desenvolvido com ferramentas desatualizadas, pode ser mais viável reescrever do que tentar adaptar o antigo.
Como tornar o MVP mais seguro para produção?
Em alguns casos, por restrições de tempo ou pressão de mercado, o MVP pode precisar ser mantido em produção temporariamente. Nesses cenários, algumas boas práticas podem minimizar os riscos e garantir uma transição mais segura:
- Antecipe a escalabilidade: Mesmo no MVP, adote padrões arquiteturais modulares (ex.: microsserviços ou serverless) sempre que possível. Isso facilita futuras migrações e ampliações.
- Não negligencie segurança: Evite práticas inseguras, como armazenar senhas em plain text. Sempre utilize soluções prontas para autenticação, como Auth0 ou Firebase.
- Documente e teste: Se o MVP seguir para produção, invista em testes automatizados e documentação detalhada para facilitar melhorias e manutenção futuras.
Exemplos reais de evolução pós-MVP
Empresas que se destacaram no mercado souberam equilibrar crescimento com ajustes na base técnica. Veja alguns exemplos:
- Facebook: O MVP inicial foi desenvolvido em PHP, mas, ao escalar, partes críticas foram reescritas e otimizadas, levando à criação do HHVM e do React.
- Slack: O MVP foi construído com tecnologias web simples, mas, conforme o uso cresceu, migrou para uma arquitetura distribuída para garantir estabilidade.
- Falhas: Empresas como Friendster e MySpace não investiram na reestruturação do código e sofreram problemas sérios de escalabilidade, perdendo relevância no mercado.
O que dizem os especialistas sobre refatoração e reescrita?
Líderes de engenharia de software oferecem diferentes perspectivas sobre como lidar com código legado pós-MVP. Joel Spolsky defende que “não se deve reescrever código do zero”, pois sistemas antigos carregam conhecimento valioso acumulado ao longo do tempo. Sua recomendação é refatore sem piedade – melhore continuamente o código ruim em vez de descartá-lo completamente. Já Martin Fowler propõe o conceito de Sacrificial Architecture, onde um sistema pode ser substituído quando atinge seu limite natural de evolução. Ele argumenta que jogar código fora não é sempre um erro, mas sim um ciclo natural da tecnologia. Empresas como eBay e Google frequentemente reestruturam seus sistemas ao atingirem novos patamares de escala. O segredo está em avaliar caso a caso, considerando o estado do código, os objetivos do negócio e os custos envolvidos.
O grande erro é não planejar essa transição e manter um código de teste indefinidamente, apenas para agradar investidores que pressionam por velocidade. A solução ideal está no meio-termo: não descartar tudo o que já foi feito, mas também não manter um MVP frágil em ambiente de produção. Planejar uma evolução estruturada da base técnica é essencial para que um produto continue crescendo sem colapsar.
Gostaria de deixar claro que este texto é fruto de uma extensa pesquisa realizada com o uso do ChatGPT e do Perplexity.ai, ambos em suas versões pagas. Foram utilizadas mais de 50 fontes da internet, e todas as correções foram feitas pelo ChatGPT. Eu utilizei um plugin de voz para emitir minha opinião e, por curiosidade, a imagem foi gerada pelo Qwen 2.5
Recomendação para se aprofundar no assunto:
- Análise sobre Código Legado: Razões para Respeitar e Valorizar, discute a importância de manter e evoluir sistemas antigos, com exemplos práticos de manutenção e testes em código herdado.
- Owasp Top Ten: Já que mencionei que vivenciei uma consultoria para uma aplicação web, não vou esquecer de recomendar que é sempre bom ver o resultado das 10 maiores falhas de segurança que a owasp.org menciona todo ano!